quarta-feira, 7 de março de 2018

11 de Janeiro de 2013

Muitas e várias horas depois da meia-noite, madrugada fora portanto, vi-o. Nessa sexta feira de manhã tinha voltado a acordar leve, fresca e fofa, depois da enxaqueca FDP que me tinha fodido lixado a cabeça a semana toda. Sentia-me tão feliz por já não ter dor, de me voltar a sentir eu própria, uma espécie de euforia antecipada, sabia lá eu na altura porquê. Já estaria a adivinhar o que aí vinha? Nessa tarde fui para a Ericeira, para o encontro anual da empresa. Estão a ver quando, na escola, deveríamos dizer "visita de estudo" e saía-nos sempre a expressão "excursão" e na verdade aquilo era mas é uma grande rambóia? Pois, foi isso, versão corporate. Que incluiu bar aberto e toda a rebaldaria que daí vem. A música, as brincadeiras, os brindes a quem é cá da malta, os prémios, alguns deles em forma de garrafas sei lá eu de quê, a euforia de ter um fim de semana "work hard, play harder" e de repente, o mundo parou. Eu não olhei para o relógio, mas caraças, o mundo parou ali, por um instante. Encontrei os olhos dele no meio da multidão. Depois, o sorriso, aquele sorriso. Uma constante e descarada troca de olhares, in vino veritas e já não havia condições para disfarçar. Quando me apercebi, os meus pés estavam a caminhar em direcção a ele. Chama-se João e de repente eu já não sei nada, só sei que quero mais, muito mais, daquilo que estou a sentir. Ali ele apanhou-me. A caminho do quarto, no fim da noite, um outro gajo que colaborava com a empresa tentou beijar-me, que o engate tinha ficado a marinar desde a última festa reunião de empresa, mas assim que ele se chegou perto de mim eu quis ser fiel ao que estava a sentir e mandei o pobre coitado às couves. Sim, quis ser fiel a alguém com quem havia trocado duas palavras e não me lembro já quais. Lembro-me sim de pensar que não ia beijar um homem estando a pensar em outro. Lembro-me de pensar que aqueles olhos e aquele sorriso me raptaram os pensamentos e quis ficar livre para ele. Também me lembro na manhã seguinte, na sala de formação, de pensar que idiota que tinha sido, porque ele vivia longe de mim e portanto não havia futuro ali. E também porque apenas e só tínhamos trocado olhares e algumas palavras. Arrumei, portanto, o assunto na minha cabeça. Até que a formadora nos pede para nos juntarmos em grupos para uma actividade. Ele levanta-se e vem direito à minha mesa. E eu perco a pouca concentração que tinha. Não o voltei a ver nesse fim de semana. Voltei para casa no domingo a desejar loucamente a santíssima "trindade" de cinco elementos de sofá, aquecedor, manta, pizza e anatomia de grey. Ligo o pc para ver as fotos que tooooodos os colegas publicam no fb da festa e lá está o pedido de amizade dele. Nunca mais parámos de falar e hoje ele é o meu marido. 

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

21 de Fevereiro de 2011

Passava uma quantidade indeterminada de minutos depois das 14h e a formadora tinha acabado de nos pedir para nos apresentarmos, o clássico. Aquele risinho nervoso e aquela tímida troca de olhares entre todas, eu respiro fundo e preparo-me para ser a primeira a falar. Ouve-se uma voz que não é a minha, mas que diz coisas que podia muito bem ter sido eu a dizer. Era alguém que eu nunca tinha visto, mas com um sorriso e um à-vontade feliz que me eram muito familiares. Era a pessoa que viria a fazer parte da minha vida e do meu coração. Era a pessoa que me iria ajudar numa das fases mais negras da minha vida. Uma pessoa de impacto profundo e alma ligeira. Que se apresenta como alguém "sem pachorra para pessoas negativas", sempre positiva, sempre a rir. Foi o meu primeiro dia de trabalho num emprego que já lá vai e o primeiro dia de uma amizade que, quero crer e consigo muito bem imaginar, será para a vida toda. Porque de poucas pessoas se gosta assim tão instantaneamente e se vem a gostar mais e mais à medida que se conhece. A minha Joana, tão diferente e tão igual a mim.



Feliz 7 anos de amizade, comadre! LY



P.S. - Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida. Posto isto, é favor deixares de fumar, sim? Agradecida. 

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

W w J d? *

Acho que tinha 12 anos a primeira vez que me lembro de ter esta discussão. Uma discussão que já tive inúmeras vezes depois e parece-me que continuará. Com as mesmas e outras pessoas. Isso das expectativas e como encaramos pessoas novas que acabamos de conhecer. Para mim, as pessoas são boas pessoas e minhas amigas até prova em contrário. Não é que eu crie toda uma expectativa em torno das pessoas e espere este mundo e o outro delas, nada disso. Mas não parto com pé nenhum atrás. É preciso muito, muito para que eu adopte uma postura céptica em relação a alguém, se é que alguma vez o fiz. Isto não é dizer que todos me enrolam, gosto de pensar que tenho um sexto sentido a funcionar dentro dos mínimos olímpicos. Se nenhum alarme soar, então temos amizade até que algo corra mal. É arriscado? Tremendamente. Mas quando corre bem, é tão maravilhosamente bom que acho que assim devo continuar. Instintivamente, é assim que sou, está-me no sangue e tenho que ser fiel a mim mesma. Ora, se não entro numa relação a esperar tudo, também não entro a desconfiar e a achar que aquela pessoa me vai fazer mal, magoar ou desiludir. E quando corre mal? Pois que aconteceu. Aconteceu no dia do meu casamento. Fixe, não é? Aconteceu com alguém por quem eu sentia bastante carinho, alguém que eu contava ter na minha vida e no meu coração para sempre. Este fim de semana, quase 11 meses depois, vi uma coisa que seria uma prenda ideal de Natal, assim que vi aquilo lembrei-me logo dela e só depois me lembrei da mágoa que ela me causou. E fiquei triste. Não tanto pelo que ela me fez, mas porque esse sentimento e essa situação me estava a impedir de ter o prazer de comprar uma prenda e oferecê-la. E ficou a dúvida. É aquela pessoa que não merece mais atenção e gestos de carinho meus ou sou eu que mereço fazer algo que me dá gosto e reflete os meus sentimentos? Permito que um gesto incorrecto de outra pessoa mude a minha maneira de agir? 

* What would Jesus do? 


Estive com este livro na mão na biblioteca de NY e não comprei e estou arrependida. sou daquelas pessoas que pensa que nos devemos arrepender do que fazemos e não do que não fazemos. comprar livros ou oferecer prendas, por exemplo.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

quota mensal de lágrimas despachada

Weeping willow with your tears running down,
why do you always weep and frown?
is it because he left you one day?
is it because he couldnt not stay?
on your branches he would swing,
do you love the happiness that he would bring?
he found shelter in your shade,
we thought his laughter would never fade!
Weeping willow stop your tears,
there is something to calm your fears,
you think death as you do forever part,
i know he will always be in your heart! 

quarta-feira, 29 de março de 2017

Na tristeza e na alegria, na saúde e na doença

Vou dizer asneiras. Se não querem ler, é parar agora. 


Grandessíssima-filha-de-uma-grande-puta-da-pedra-do-rim-que-pode-ir-para-a-puta-que-a-fez-mais-as-putas -das-agulhas-e-dos-cateteres-e-das-putas-da-salas-de-espera-mais-o-caralhinho-para-esta-merda-toda.